A regulamentação da cannabis no Brasil enfrenta desafios significativos, mas traz grande potencial terapêutico, econômico e ambiental.
A Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis estima que o país deixe de movimentar R$ 167 bilhões por ano devido à falta de regulamentação clara.
A indústria de cannabis vai além do uso medicinal e recreativo, abrangendo setores como agronegócio, agroindústria e pesquisa científica.
Segundo estudos preliminares, a matéria prima da planta pode produzir até 50 mil itens, como plásticos, concreto biodegradável e medicamentos para humanos e animais.
Historicamente, as pessoas já utilizaram o cânhamo em todo o planeta, uma variação da Cannabis sativa.
Principalmente na produção de fibras extremamente resistentes, como as usadas nas caravelas durante as Grandes Navegações.
A regulamentação da cannabis e do seu cultivo pode trazer benefícios ambientais.
Além de ajudar a reduzir gases de efeito estufa, a planta tem a capacidade de recuperar solos degradados.
Pesquisadores da Universidade de Viçosa afirmam que os agricultores podem usar a cannabis junto com outras culturas, como soja e tomate, para aumentar a produtividade das lavouras.
Outro exemplo é o uso de cânhamo para revitalizar áreas contaminadas.
As comunidades podem revitalizar as regiões afetadas pelos desastres de Mariana e Brumadinho ao longo dos anos.
A regulamentação da cannabis no Brasil ainda é um desafio político e social.
Projetos de lei tramitam no Congresso, propondo o cultivo para fins medicinais e industriais, mas enfrentam resistência.
Como o governo não permite a produção nacional, os pacientes precisam importar medicamentos à base de cannabis, o que eleva os custos.
A regulamentação da cannabis não só reduziria os custos dos tratamentos, mas também criaria cerca de 400 mil empregos, de acordo com a Abicann.
Além disso, a falta de conhecimento médico e o estigma social continuam sendo barreiras para a aceitação do uso medicinal da cannabis no Brasil.