A história da cannabis medicinal no Brasil começa com a chegada dos portugueses, que trouxeram a planta para o novo mundo durante o período colonial.
A planta, originalmente cultivada por sua resistência e versatilidade, chegou ao Brasil para atender às necessidades da colonização.
Incluindo a fabricação de velas e cordas das embarcações que cruzavam o Atlântico.
Os primeiros navios negreiros trouxeram a cannabis da África, onde era usada para fins medicinais, religiosos e ritualísticos.
Com o tempo, a planta se disseminou por todo o território, alcançando também as populações indígenas, que logo perceberam a importância de cultivar esta planta.
A popularidade da cannabis medicinal no Brasil cresceu ao longo dos séculos, ganhando adeptos, que a utilizavam como tratamento para diversas enfermidades.
No entanto, a percepção sobre a maconha começou a mudar na década de 1920. A II Conferência Internacional do Ópio, realizada em 1924, marcou o início de um período de demonização da planta.
A conferência, organizada pela Liga das Nações, teve como principal objetivo combater o tráfico e o uso de drogas como o ópio e a cocaína.
Durante o evento, o brasileiro Dr. Pernambuco Filho afirmou que a maconha era mais perigosa que o ópio, associando-a a um dos maiores problemas de saúde pública da época.
Essa declaração teve um impacto significativo, contribuindo para o proibicionismo global e influenciando as políticas de repressão à maconha no Brasil.
Persistência da cannabis medicinal no Brasil e no mundo
Apesar da crescente perseguição policial, as pessoas continuaram a usar amplamente a cannabis medicinal no Brasil para diversos fins.
Porém a proibição afetou diretamente as pesquisas científicas.
O sistema endocanabinoide, descoberto pela ciência apenas anos 1990, revelou o potencial terapêutico dos canabinoides, presentes na maconha, em várias áreas da saúde.
Além disso, o sucesso de tratamentos com óleo de CBD em crianças com epilepsia refratária, como o caso de Anny Fisher no Brasil, trouxe uma nova perspectiva sobre o uso medicinal da planta.
Hoje, o debate sobre a legalização e regulamentação da cannabis medicinal no Brasil continua a crescer, impulsionado por avanços científicos e pela demanda por alternativas terapêuticas, reafirmando a importância histórica e medicinal dessa planta milenar.